16:58 · 22 de outubro de 2025

Essas ações assustaram os investidores antes do Halloween🎃 — Os perdedores de mercado em 2025

Enquanto algumas gigantes como a Rheinmetall e a Nvidia continuam a deslumbrar os investidores, outras enfrentam um verdadeiro pesadelo no mercado de ações. Analisámos quais ações se tornaram decepções financeiras este ano — e quais empresas realmente assustaram os investidores nos Estados Unidos, Europa, China e Japão em 2025.

O S&P 500 impulsionado pela IA: quem está a ganhar e quem está a ficar para trás?

O principal índice do mercado de ações dos EUA, o S&P 500, já ganhou quase 15% este ano. À primeira vista, parece que o mercado em alta está em pleno andamento. Mas um olhar mais atento revela um quadro muito mais dividido — algumas ações subiram mais de 100%, enquanto outras perderam metade do seu valor.

Os maiores vencedores deste ano estão concentrados em:

  • Fornecedores de semicondutores e memória,
  • tecnologias de defesa e infraestrutura de IA.

Por outro lado, vimos quedas acentuadas entre empresas de retalho e consultoria, onde os altos custos, as tarifas e o enfraquecimento da procura dos consumidores foram os mais afetados.

Consumidores cansados da inflação

Algumas das vítimas mais notáveis entre as empresas americanas são a Deckers Outdoor e a Lululemon, cujas ações caíram mais de 50% desde o início do ano.

Porquê? Embora um pequeno segmento dos americanos esteja melhor do que nunca, o consumidor médio está cansado dos preços elevados e da redução dos rendimentos reais. O resultado é o enfraquecimento do consumo em geral e uma mudança dos investidores para longe das marcas orientadas para o retalho.

A acrescentar à pressão estão os riscos tarifários que pesam sobre as empresas que importam mercadorias de fora dos EUA. Mesmo nomes icónicos que outrora prosperaram com a acessibilidade do mercado de massa estão agora a perder a sua vantagem competitiva.

Inteligência artificial – uma bênção para alguns, uma maldição para outros

A IA tornou-se o novo motor de crescimento de Wall Street, mas nem todas as empresas sabem como utilizá-la. Entre as decepções estão a EPAM Systems e a Salesforce, que não conseguiram atender às expectativas e agora parecem pálidas ao lado de concorrentes que se beneficiam de investimentos recordes em infraestrutura de IA.

O mercado entrou em uma fase de “o vencedor leva tudo”, em que os líderes dominam e os retardatários desaparecem.

A indústria de dados sob pressão da IA

Deve-se prestar atenção especial à Gartner Research e à FactSet Research Systems, já que os investidores se perguntam cada vez mais se a IA generativa poderia prejudicar seus modelos de negócios.

Sistemas de IA mais avançados já estão reduzindo a demanda por serviços analíticos tradicionais de alta margem. O que antes exigia uma equipe de especialistas agora pode ser feito por um algoritmo — de forma mais rápida e barata.

Como resultado:

  • Os serviços que costumavam cobrar taxas premium estão a tornar-se facilmente substituíveis,
  • As barreiras à entrada estão a diminuir rapidamente,
  • E a pressão competitiva está a crescer a cada mês.

A IA, portanto, traz não apenas crescimento, mas também o potencial colapso de centenas de modelos de negócios legados. Uma coisa é certa — Wall Street é inconstante. Os perdedores de hoje podem surpreender o mercado amanhã com novas estratégias, eficiência mais apurada e um retorno à lucratividade.

A montanha-russa da Europa: quem está a ganhar e quem está a cair dos trilhos?

Em comparação com Wall Street, a Europa em 2025 parece uma verdadeira montanha-russa. Enquanto os EUA desfrutam de um crescimento constante, o Velho Continente está dividido entre vencedores espetaculares e perdedores dolorosos.

Do lado dos vencedores:

  • Rheinmetall — potência alemã em defesa,
  • Rolls-Royce – o símbolo britânico da excelência em engenharia,
  • e Orlen – gigante energética da Polónia, surpreendendo muitos ao juntar-se aos melhores desempenhos da Europa.

Mas também há muitos perdedores. Entre eles: SIG Group, o produtor suíço de embalagens. Neste contexto, até mesmo as montadoras alemãs em dificuldades parecem vencedoras relativas.

Dinamarca sob pressão: da euforia à decepção

O maior choque do ano vem de Copenhaga. Não muito tempo atrás, as empresas dinamarquesas eram as queridinhas do mercado europeu — hoje, estão entre as que apresentam pior desempenho no continente.

  1. Novo Nordisk — do topo direto para a turbulênciaA líder em medicamentos GLP-1 viu as suas ações despencarem 40%, devido ao receio dos investidores: uma reviravolta impressionante para uma empresa que já foi aclamada como a estrela mais brilhante da Europa.
    • uma guerra de preços no mercado norte-americano de obesidade e diabetes e
    • novas tarifas que ameaçam a sua competitividade.
  2. Pandora — As joias perdem o brilhoA mundialmente famosa joalharia enfrenta custos de produção em alta devido aos preços mais elevados dos metais preciosos. As ações caíram mais de 35%.
  3. Orsted — O vento mudouA campeã dinamarquesa de energia renovável sofreu uma queda semelhante. Forçada a retirar-se de projetos eólicos offshore dispendiosos na costa leste dos EUA, a Orsted enfrenta um vento contrário global — o regresso dos combustíveis fósseis. Com a administração Trump a dar prioridade ao carvão e à energia nuclear, o sentimento do setor eólico deteriorou-se. A Europa pode ser a próxima.
  4. Coloplast – Precisão cirúrgica, mas lucros em quedaAs ações da fabricante de dispositivos médicos caíram mais de 25%. Das 36 ações com pior desempenho da Europa, quatro são dinamarquesas — um golpe de azar quase histórico para uma economia tão pequena.

Grandes players, grandes problemas

Não é só a Escandinávia que está a passar por dificuldades. Em toda a Europa, outros grandes nomes estão a decepcionar os investidores:

  • WPP – a gigante britânica da publicidade, com queda de 55% este ano em meio à fraca procura e ao aumento dos custos.
  • Puma — a perder terreno para a Adidas e a enfrentar mais um ano frustrante.

As tensões comerciais e as tarifas apenas aprofundam os desafios — e a paciência dos investidores está a esgotar-se.

A Europa numa encruzilhada

2025 prova uma coisa: os mercados europeus detestam a estagnação. As empresas de defesa e energia prosperam em meio à incerteza geopolítica, enquanto as empresas de luxo, moda e marketing lutam contra o aumento dos custos, as tarifas e a queda das margens.

Mesmo as empresas mais estáveis podem encontrar-se numa situação delicada da noite para o dia. Na montanha-russa da Europa — tal como nos próprios mercados — apenas aqueles com equilíbrio sobrevivem à viagem.

JD.com perde a batalha para a Alibaba

Apesar do risco de guerra comercial com os EUA, o índice Hang Seng da China teve um desempenho espetacular, subindo mais de 31% até 22 de outubro — um dos melhores desempenhos da Ásia.

Os fatores impulsionadores:

  • Balanços patrimoniais sólidos das empresas,
  • Uma onda de inovação tecnológica,
  • E um mercado de capitais doméstico em maturação, cada vez mais focado no valor para os acionistas.

Mas nem todos se beneficiaram. Para a JD.com e a Meituan, 2025 tem sido desastroso — as suas ações caíram 36% e 4%, respetivamente. Porquê? Porque a Alibaba está de volta — e com força total.

A Alibaba está de volta ao controle

Após alguns anos tranquilos, a Alibaba recuperou sua vantagem ofensiva, investindo pesadamente em IA e novos serviços para reconquistar os usuários perdidos para a JD.com e a Meituan.

Nos últimos meses, a Alibaba:

  • Introduziu recursos de IA em seu aplicativo Amap (a versão chinesa do Google Maps),
  • Adicionou novos sistemas de recomendação de restaurantes e hotéis,
  • Lançou programas de descontos e subsídios para usuários.

O resultado? Mais de 40 milhões de utilizadores aderiram num único dia — um golpe direto no domínio da Meituan nos serviços locais. O veredicto do mercado foi claro: a Alibaba está a recuperar a liderança, enquanto os rivais estão a perder impulso.

Uma guerra de preços que corrói as margens

Enquanto a Alibaba acelera, a JD.com e a Meituan estão presas numa guerra de preços dispendiosa — oferecendo cupões intermináveis, entregas gratuitas e promoções para reter utilizadores.

As receitas podem estar a aumentar, mas as margens estão a diminuir.

  • A Meituan está a gastar mais para manter a sua base de entregas e serviços locais.
  • A JD.com está sobrecarregada com despesas de logística e marketing.

Os seus relatórios trimestrais contam a história:

  • Vendas em alta,
  • Lucros em queda,
  • Eficiência operacional enfraquecida.

Enquanto isso, o mercado não acredita mais que a JD.com possa alcançar a Alibaba em IA — algo que antes parecia plausível.

Por que a Alibaba vence

A chave é escala e diversificação. A Alibaba possui um balanço patrimonial robusto, reservas de caixa massivas e múltiplas fontes de receita: Tmall, Taobao, AliCloud, Lazada, Amap e muito mais. Isso permite que ela subsidie novos empreendimentos, mesmo que eles gerem perdas de curto prazo — os lucros de outros segmentos as compensam. A JD.com e a Meituan, por outro lado, são mais unidimensionais, sem essa flexibilidade. Além disso, a Alibaba parece ser uma das líderes chinesas em IA.

Os mercados recompensam a ofensiva, não a defesa

Na economia em rápida evolução da China, o impulso e a narrativa são importantes. Os investidores apoiam as empresas que ditam o ritmo, não aquelas que apenas respondem.

Após reestruturar e reconstruir a sua imagem, a Alibaba é mais uma vez vista como uma líder visionária. A JD.com e a Meituan, por sua vez, parecem cada vez mais defensivas — focadas na sobrevivência em vez da inovação. Os mercados financeiros sempre recompensam a coragem e o capital. Na era da IA, apenas aqueles que combinam ambos se mantêm à tona.

As sombras da recuperação da China

Por trás do impressionante desempenho do mercado, existem problemas mais profundos no setor de comércio eletrónico da China:

  • Gastos fracos dos consumidores após a pandemia,
  • Famílias cautelosas
  • E regulamentação governamental mais rígida para empresas de tecnologia.

Nesse ambiente, os investidores buscam uma vantagem estratégica clara. A Alibaba mudou a narrativa a seu favor — a JD.com e a Meituan não. O mercado chinês está a entrar numa fase de crescimento mais lento e seletivo, em que apenas empresas inovadoras e financeiramente sólidas atrairão a atenção dos investidores.

A energia renovada e a agressividade estratégica da Alibaba mantêm-na no centro das atenções. Mas se a recuperação perdurar, é difícil imaginar que a JD.com e a Meituan fiquem para sempre à margem. A sua história ainda não acabou — e na China, mesmo os derrotados podem dar a volta por cima.

Japão: fabricantes de automóveis e gigantes de temperos sob pressão

O índice Nikkei 225 do Japão teve um ano forte — com alta de mais de 25% entre 1º de janeiro e 22 de outubro.

A recuperação foi impulsionada por um iene mais fraco, impulsionando os exportadores, e pelo otimismo em relação às políticas de estímulo fiscal defendidas pela nova primeira-ministra Sanae Takaichi.

No entanto, mesmo em um ambiente tão favorável, nem todas as empresas conseguiram aproveitar a onda. Várias ficaram visivelmente para trás.

A indústria automóvel em dificuldades

A fraqueza é mais visível na Hino Motors, uma subsidiária da Toyota focada na fabricação de camiões. Enfrentando forte concorrência da China e ventos contrários cíclicos, a Hino planeia fundir-se com a Mitsubishi Motors — ligada à alemã Daimler Truck — para sobreviver à tempestade.

Até 2026, a Hino entregará veículos sob uma nova marca, Archion, mas, por enquanto, os investidores continuam pouco impressionados.

O iene fraco não foi suficiente para compensar os riscos tarifários que pesam sobre a indústria automóvel japonesa:

  • Nissan e Mitsubishi caíram mais de 20%,
  • enquanto a Toyota ganhou 3% este ano e 20% em relação ao ano anterior.

É um sinal claro: mesmo os titãs globais não conseguem escapar ao peso do protecionismo e ao aumento dos custos.

Kikkoman: quando o molho de soja perde o sabor para os investidores

Fora do setor automóvel, a Kikkoman — líder mundial na produção de molho de soja e temperos asiáticos — também tem estado sob pressão. As suas ações caíram 25% este ano, à medida que aumentam as preocupações com o crescimento.

O que está por trás do declínio?

  • Desaceleração da expansão — receios de que o boom na América do Norte e na Europa tenha atingido o seu pico.
  • Pressão de custos — uma nova fábrica nos EUA aumentou os custos fixos, pesando sobre a rentabilidade.
  • Menor procura no atacado — as cadeias de restaurantes asiáticos são altamente sensíveis à desaceleração econômica.

A Kikkoman continua sendo uma marca global forte, mas o mercado agora está precificando um crescimento mais lento dos lucros e uma menor eficiência de capital nos próximos anos.

Aumento da cautela dos investidores

O crescimento dos lucros da Kikkoman pode desacelerar para cerca de 1% ao ano até 2027, abaixo das expectativas anteriores de 3%.

O seu retorno sobre o capital próprio deverá cair de 12% para cerca de 11%, e uma classificação negativa do JP Morgan em maio enfraqueceu ainda mais o sentimento.

Para uma empresa que obtém 40% dos seus lucros das operações grossistas, qualquer desaceleração global pode ser dolorosa. O setor de restaurantes enfrenta custos mais elevados, enquanto os consumidores continuam «cansados da inflação».

Com 20 vezes os lucros, a avaliação da Kikkoman ainda parece longe de ser barata — o que explica a crescente cautela dos investidores. Assim, apesar do desempenho impressionante do Nikkei, o mercado japonês está a tornar-se mais seletivo. Os exportadores continuam a beneficiar de um iene fraco, mas os fabricantes de automóveis e os produtores de alimentos estão a entrar numa fase de crescimento mais lento e margens mais apertadas.

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